O BRASIL COMO POLO DE DATA CENTERS DE IA NO SUL GLOBAL: limites regulatórios e riscos socioambientais
Resumo
Este artigo analisa os impactos socioambientais da expansão de data centers voltados à inteligência artificial (IA) no Brasil, à luz da emergência climática e da transformação digital acelerada. A pesquisa investiga se o país possui capacidade jurídica e institucional para se consolidar como polo de IA sem violar o princípio da vedação ao retrocesso ambiental e os compromissos climáticos assumidos para a COP30. Adota-se metodologia qualitativa, com base em pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados indicam que, embora o Brasil disponha de um arcabouço ambiental robusto, a expansão desses centros vem sendo conduzida com omissões normativas, ausência de licenciamento ambiental e exclusão de comunidades vulneráveis, o que configura riscos de retrocessos socioambientais e intensificação da colonialidade digital. O estudo mostra que experiências internacionais têm avançado na regulação do setor, ao passo que os projetos legislativos brasileiros apresentam lacunas relevantes. Conclui-se que o país, no cenário atual, não está preparado para um desenvolvimento justo e ambientalmente sustentável. Torna-se urgente estabelecer licenciamento ambiental obrigatório, fortalecer a participação social e adotar políticas públicas que integrem justiça climática, tecnologia e soberania digital.