DO NARCOTRÁFICO À NARCOECOLOGIA: VIOLAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS E A LUTA INDÍGENA NA FRONTEIRA AMAZÔNICA.

Resumo

O presente estudo analisa a expansão da narcoecologia, um sistema que integra narcotráfico a crimes ambientais como garimpo e grilagem, e seus impactos sobre os povos indígenas na Amazônia. O objetivo é investigar como esse fenômeno intensifica as violações de direitos humanos e quais são as estratégias de resistência indígena. Utiliza-se uma metodologia interdisciplinar, com abordagem qualitativa baseada na análise de relatórios, documentos e produção acadêmica. Os resultados monstram que a narcoecologia opera como uma governança criminal que promove a invasão territorial, a violência direta, a contaminação ambiental e a erosão sociocultural, violando sistematicamente os direitos indígenas. Constata-se que a resposta estatal, focada no paradigma militarizado da “guerra às drogas” e marcada pela desarticulação institucional, mostra-se insuficiente e contraproducente, aprofundando as vulnerabilidades. Conclui-se que a resistência indígena, articulada em frentes como a vigilância territorial autônoma, a incidência política nacional e internacional e a afirmação de seus conhecimentos tradicionais, constitui o principal anteparo à devastação, sendo fundamental para a proteção da Amazônia. Aponta-se a necessidade de um novo paradigma de políticas públicas, integrado e intercultural, que coloque os direitos indígenas como eixo central de qualquer estratégia de segurança e ambiental para a região.

Palavras-chave: Narcoecologia; Povos Indígenas; Direitos Humanos; Amazônia; Violência Socioambiental.