Lapidando pedras brutas”: formação disciplinar de adolescentes numa instituição assistencial para o (incerto) mundo do trabalho

Autores

  • Ailton Souza Aragão Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Resumo

O presente artigo procura contribuir com o debate em torno do processo disciplinar que per-meia a trajetória das instituições assistenciais que atendem adolescentes das classes subalter-nas e sua histórica trajetória do encaminhamento da questão social para o mundo do trabalho. O pressuposto que norteia essas instituições é o de que se os adolescentes das classes subal-ternas estão desprovidos dos meios eficazes para promoverem sua própria “inclusão” social, justificam-se os mecanismos, discursos e práticas disciplinares legitimadas ao longo da histó-ria institucional, como expõe Michel Foucault. Logo, a manutenção de uma pedagogia totali-tária enquanto prevenção da marginalidade, em termos criminais, bem como para “garantir” o “resgate da cidadania”, tem sido marcadas por uma constante necessidade de cercear, a-companhar, disciplinar e vigiar os movimentos dos adolescentes das classes pobres no afã de garantir uma homogenização que seja útil, em termos econômicos, e ao mesmo tempo dócil, em termos políticos. Contrariando, um dos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescen-te: o reconhecimento dos adolescentes enquanto sujeitos de direitos. Trata-se de um estudo de caso realizado numa instituição assistencial na região oeste do estado de São Paulo entre os anos de 1999 a 2001.

Palavras-chaves: Adolescentes. Instituições assistenciais. Disciplina e vigilância. Tríade disciplinar. Ortopedia institucional.

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