O MAL-ESTAR NA DOCÊNCIA: CONDIÇÕES DE TRABALHO E SUA (INTER) RELAÇÃO COM O ADOECIMENTO PSÍQUICO
Resumo
Nos últimos anos, a profissão docente no Brasil tem enfrentado um aumento alarmante de adoecimentos mentais, exacerbados por condições de trabalho precárias. A pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) de 2023 revelou que 72% dos professores relataram exaustão e 63% estão em risco de burnout, devido à carga horária excessiva, baixos salários e falta de suporte pedagógico. Além das responsabilidades de ensino, os educadores lidam com conflitos e oferecem suporte emocional aos alunos, o que intensifica a pressão. A cultura de produtividade imposta por políticas neoliberais e a gestão educacional precarizada contribuem para um ambiente de trabalho hostil, onde a saúde mental dos docentes é negligenciada. A pandemia de Covid-19 piorou a situação, aumentando o estresse e a ansiedade entre os professores. Estudos indicam que a falta de apoio institucional e a escassez de recursos afetam não só a saúde dos docentes, mas também a qualidade do ensino. A ausência de suporte psicológico e um ambiente colaborativo podem levar ao isolamento e ao adoecimento, refletindo na aprendizagem dos alunos. Diante deste cenário, é essencial implementar políticas públicas que priorizem a saúde mental dos professores, promovendo ambientes de trabalho saudáveis. A criação de redes de apoio e a formação contínua são medidas recomendadas para mitigar o adoecimento e garantir a qualidade do ensino. A promoção da saúde mental é, portanto, fundamental não apenas para os educadores, mas também para o desenvolvimento integral dos alunos.