POLÍTICAS DE DESCENTRALIZAÇÃO EM MINAS GERAIS NA DÉCADA DE 1990: PROPOSIÇÕES E EQUÍVOCOS
Resumo
Com o objetivo de contribuir para o debate sobre as políticas de descentralização da educação, o presente artigo analisa aspectos da reforma educacional implementadas em Minas Gerais durante a década de 1990, situando-as no contexto das reformas neoliberais que marcaram o período. Busca-se compreender como essas políticas foram formuladas e as contradições presentes em sua implementação. Observou-se que a reforma foi conduzida com a promessa de descentralizar o poder e promover a participação das escolas na gestão de recursos e decisões pedagógicas. No entanto, a análise revela que, ao invés de descentralizar, houve uma desconcentração de funções que manteve o controle decisório centralizado, limitando a autonomia das escolas e impondo rígidos controles burocráticos. O estudo conclui que a descentralização, conforme implementada, funcionou mais como um mecanismo de controle estatal do que como uma verdadeira democratização da gestão educacional, evidenciando a necessidade de uma revisão crítica das políticas educacionais à luz das influências neoliberais.