SALA DE AULA E RETEXTUALIZAÇÃO: Aspectos e processos na passagem dos quadrinhos para a crônica
Resumo
O presente trabalho visa apresentar uma experiência de leitura e produção de textos que ocorreu em aulas de Língua Portuguesa, utilizando a retextualização escrita-escrita como metodologia facilitadora na passagem do gênero-base história em quadrinhos para o gênero-fim crônica, como parte de pesquisa no Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS), na UFAPE/UFRPE, no período de 2022. A intervenção envolveu estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental, de uma Escola da rede Estadual de Caruaru-PE. Utilizamos os gêneros numa perspectiva sociointeracionista com viés bakhtiniano. Para definição dos gêneros em questão utilizamos Mendonça (2007), Rama et al. (2004), Sabino (2022), Moisés (1967) e Sá (1999). No que concerne à retextualização, recorremos aos trabalhos de Dell’Isola (2007), Dikson (2018; 2019) e Marcuschi (2012). A metodologia do trabalho foi baseada na pesquisa-ação (THIOLLENT, 2005), com atividades realizadas diretamente no ambiente escolar. Com as retextualizações em mãos, realizamos análises a partir das categorias de reformulação e regularização linguística. Os resultados nos fizeram refletir até que ponto a retextualização escrita em sala de aula, enquanto procedimento didático, pode ampliar as habilidades ledoras e escritoras dos educandos enquanto produzem um texto escrito a partir de um outro texto escrito, em processo de transformação de um gênero em outro, observando quais aspectos linguísticos-textuais-discursivos são mobilizados durante esse movimento.