INCLUSÃO DE ALUNOS NECESSIDADE EDUCACIONAIS EM ESCOLAS PÚBLICAS: UMA DISCUSSÃO TEÓRICA SOBRE A RECURSIVIDADE NA RELAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E ESTRUTURA SOCIAL
Resumo
A falta de recursos disponíveis para a educação pública, diferenças no financiamento baseado em impostos, desigualdades socioeconômicas e políticas governamentais são alguns dos motivos que contribuem para o baixo investimento financeiro na educação pública afetando diretamente as políticas e práticas para educação inclusiva (Vilaronga et al., 2021). Além do Estado, enquanto estrutura social (Giddens, 2009), há também a participação de mais duas estruturas que devem ser levadas em considerações na educação inclusiva: a escola pública e a família (Ronan et al., 2020). Sendo assim, este ensaio teórico tem como objetivo apresentar e discutir a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em escolas públicas e a importância de compreender a relação recursiva das estruturas estado, escola e família neste processo. Nota-se que diante da concepção de Giddens (2009), o estado, a escola e família possem regras e normas que são formalizadas diariamente e podem moldar e ser moldadas de acordo com ações individuais ou grupos sociais. É importante compreender os papeis dos agentes e como estes são desempenhados diante dessas regras, normas e valores constituídos em cada estrutura. Assim, percebe-se que é possível explorar novos estudos que compreendem que as ações dos agentes envolvidos em cada uma destas estruturas influenciam recursivamente os comportamentos e, consequentemente, as políticas e práticas da educação inclusiva. Sugerindo a Teoria da Estruturação de Giddens como uma possibilidade de analisar o fenômeno e contribuir para gestão escolar e para que todos os alunos, independentemente de suas habilidades, necessidades ou características, tenham igualdade de acesso a uma educação de qualidade.