O LIVRO “LARANJA MECÂNICA” DE ANTHONY BURGESS
A CULPA DA (ULTRA)VIOLÊNCIA É DE QUEM?
Resumo
Este artigo aborda o livro e filme "Laranja Mecânica", de Anthony Burgess, que critica a (ultra)violência e a “perda” da moralidade social na década de 70, na Inglaterra. A história retrata gangues de adolescentes que cometeram diversos tipos de infrações, enquanto o Estado falha em intervir. O objetivo é apresentar as facetas críticas da presente obra e analisar a problemática da (ultra)violência e da desigualdade social por meio da perspectiva criminológica crítica e dos direitos humanos. A metodologia utilizada foi pesquisa histórico-cultural com revisão bibliográfica para compreender a realidade vivenciada pelo autor na época e para fornecer uma análise crítica do enredo. Destaca-se a presença da (ultra)violência em todas as sociedades de forma atemporal e a hipocrisia ao condenar apenas adolescentes enquanto autores dessa prática. A desigualdade social é retratada pela discrepância entre as classes favorecidas e a classe operária. A obra questiona a falta de intervenção estatal e a circularidade sistêmica das infrações. Conclui-se que entender o contexto histórico e as questões abordadas pela obra é essencial para compreender o propósito de Burgess. Destaca-se a necessidade de reflexão sobre as diversas formas de (ultra)violência e seus propulsores, bem como a busca por soluções para minimizar seus efeitos negativos, especialmente o uso de drogas (i)lícitas na adolescência.