EDUCAÇÃO STEM E INCLUSÃO DE GÊNERO: REPENSANDO A SALA DE AULA
Resumo
Este artigo propõe uma análise crítica sobre a participação de meninas e mulheres nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), com foco nos contextos do Brasil e Honduras. Argumenta que a educação STEM, em sua forma atual, é tecnocêntrica e frequentemente perpetua desigualdades de gênero e exclusões culturais. A análise da temática fundamentou-se no campo didático crítico, na perspectiva Didática Complexa e Transdisciplinar (Suanno, 2023) e na Didática Intercultural e Decolonial (Candau, 2023) que propõe princípios que orientam docentes para transformar e reorganizar o processo de ensino-aprendizagem e as salas de aula como espaços formativos que valorizam a ciência e o conhecimento adotando de modo articulado caráter ético, político, estético e técnico. Essas abordagens ajudam a questionar e desmantelar as estruturas de poder que limitam o acesso de meninas e mulheres às áreas STEM, promovendo uma educação mais inclusiva e socialmente crítica. O estudo aponta que as iniciativas atuais, embora representem avanços, não são suficientes sem uma reformulação das políticas educacionais que abordem as hierarquias de saber e promovam a equidade de gênero. Conclui-se que a transformação das práticas pedagógicas é essencial para superar as barreiras históricas de gênero, permitindo a formação de estudantes críticos e capazes de atuar como agentes de transformação social nas ciências e tecnologias.