DISCURSO DIVISOR EM MÚSICA GOSPEL

Autores

  • Thiago André Rodrigues Leite
  • Karine Rios de Oliveira Leite
  • Layla Suellen Gomes da Conceição

Resumo

Consideramos que a música gospel está vinculada diretamente à religião, sobretudo evangélica, que comporta diversas Igrejas, com práticas e pensamentos convergentes e divergentes entre si. Se esse estilo musical já esteve ligado a indivíduos excluídos, hoje o cenário parece ser bem diferente, posto que certas músicas de estilo gospel, na atualidade, indiciam intolerância religiosa, isto é, desrespeito a outras crenças ou descrenças religiosas. Neste artigo, analisamos músicas desse estilo em que, discursivamente, seja possível perceber a divisão entre fiéis e infiéis. Essa divisão leva-nos a perguntar: que possíveis diferenças (discursivas) haveria entre ser fiel e ser infiel? Para compreendermos o que parece motivar a separação entre sujeitos em músicas de estilo gospel, pautamo-nos em Foucault (1995), sobretudo no que diz respeito à noção de “poder pastoral”, a qual tem relação, minimamente, com promessas feitas para além-túmulo. A fim de respondermos ao questionamento, embasamo-nos em autores da Análise de Discurso (AD): Pêcheux (2008) e Orlandi (1987, 2005), os quais, a partir dessa disciplina de interpretação que constroem, permitem-nos olhar para a linguagem, alinhavada ao homem e à sociedade, com menos ingenuidade e mais criticidade. Nesse campo teórico, a noção de “não-dito” é muito cara, pois aponta certos efeitos de sentido divisores. Para a realização deste artigo, objetivamos problematizar como o exercício do poder pastoral em música gospel pode levar à produção do discurso divisor mediante a presença de não-dito no dito, bem como objetivamos analisar possíveis efeitos de sentido produzidos por essa divisão, como exclusão e ódio.

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Publicado

21/12/2020