ÁGORA SAPIENTE: O SEBO NA CIDADE EDUCATIVA
Resumo
RESUMO: O tema do artigo é a cidade educativa como campo de educação não formal. A problemática é o espaço urbano como local de aprendizagem em três dimensões: aprender a cidade, da cidade e na cidade, como propõe Trilla. Conhecer, apresentar e discutir uma prática educativa que aconteça no espaço urbano, dentro da concepção de cidade educativa como campo da educação não formal é o objetivo a que se busca. O referencial de ancoragem é Trilla, Freire, Althusser, Bourdieu etc. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória e escolheu-se o sebo como o lócus em que acontecem práticas ou processos educativos e aprendizado sem cobranças e sem formalidades, rituais ou exigências, com pouca ou nenhuma normatividade. Os sujeitos investigados são o dono do sebo e os frequentadores mais assíduos. Como técnicas de construção de dados foram usadas a observação participante com uso de diário de campo e conversas informais. As análises permitem afirmar que os saberes e conhecimentos que circulam, que se contrapõem, que se justapõem no espaço da cidade e, no caso, do sebo, não são apenas os legitimados e valorizados pela escola, embora possam ser considerados de menor prestígio e importância. Os modos como o sebo opera e os processos e práticas educativas que acontecem nele são a aposta em formas instituintes e diversificadas de aprender, bem como em modos contra hegemônicos de construir relações sociais no espaço da cidade que sejam anticapitalistas e que se juntam a outras iniciativas alternativas econômicas e culturais para o mundo atual.