DEMANDA POR MOEDA NO BRASIL NO PERÍODO 1996 A 2013: UMA ESTIMAÇÃO EM SÉRIES TEMPORAIS

Autores

  • Patrícia Lacerda de Carvalho
  • Carla Caroline dos Santos Silva

Palavras-chave:

Demanda por moeda. Séries temporais. Econometria.

Resumo

A demanda por moeda ocorre em decorrência de três motivos bases, a transação, precaução e especulação de moeda, podendo ser considerada como um dos fatores base que influenciam no procedimento econômico de um país, ou seja, a autoridade monetária precisa ofertar uma quantidade de moeda que atenda as suas demandas em um determinado período, de forma a buscar um adequado funcionamento da economia. O presente artigo tem como objetivo central analisar a função de demanda por moeda para o Brasil, com base em dados mensais de 1996 a 2013. A variável dependente do modelo corresponde a relação M/P, em que o M segue o conceito de M1 do Banco Central (BACEN), ou seja, o papel moeda em poder do público mais os depósitos à vista e o P é o índice do preço de equilíbrio. Como variáveis explicativas, foram utilizados o Produto Interno Bruto (PIB), o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Tomando-se o cuidado de verificar a hipótese de causalidade para definir o correto sentido de acontecimento dos fenômenos, caracterizando a relação de causa e efeito. Buscou-se apontar o modelo mais apropriado para previsão de demanda por moeda no Brasil. Foram estimadas sete equações diferentes, entanto, foi observado que todas violaram as hipóteses básicas do modelo de regressão clássico, levando a inferir que os modelos propostos não são válidos para estimar a demanda por moeda no Brasil. Tais resultados divergem dos achados de Coelho (2008), onde se verificou que três desses modelos são válidos para estimar a demanda de moeda no Brasil. A explicação para essa divergência pode encontrar-se no período de tempo estudado, que no caso do trabalho de Coelho, baseou-se em apenas no intervalo de 1996 a 2008. Por fim, ressalta-se que a presente pesquisa vem acrescentar evidências empíricas sobre a fragilidade desse assunto, na esfera de estudos no Brasil.

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Publicado

02/01/2017