INVESTIMENTO PÚBLICO EM SAÚDE E SEUS REFLEXOS NO CONTROLE DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS EM MUNICÍPIOS MINEIROS

Resumo

Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 ao status de pandemia, demandando dos governos a adoção de medidas tendentes a mitigar os efeitos da crise sanitária. Além das medidas voltadas ao controle da transmissibilidade viral, necessitou-se redesenhar o processo de planejamento orçamentário-financeiro, visando à destinação de recursos públicos suficientes ao atendimento das despesas com o enfrentamento da pandemia. A aplicação desses recursos aspira reduzir e controlar a quantidade de óbitos, além de permitir o aumento de recuperados da doença. Destarte, este artigo objetivou mensurar a relação entre o investimento público em saúde e os resultados atingidos no enfrentamento à pandemia da Covid-19, nos municípios mineiros, nos anos de 2020 e 2021. Desenvolveu-se uma pesquisa prática, descritiva e com abordagem quantitativa. Os dados secundários e em painel das 853 cidades mineiras foram coletados nas plataformas oficiais do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram estimados os testes de correlação, de hipóteses e de regressão. Os resultados encontrados indicam que os municípios que investiram mais recursos per capita em saúde não foram os que alcançaram resultados mais satisfatórios na redução do número de óbitos e no aumento da quantidade de recuperados de Covid-19. Ademais, os achados desta pesquisa sugerem que maiores aportes de recursos não são significantes para explicar um melhor controle dos efeitos da pandemia do novo coronavírus.