AVALIAÇÕES EM LARGA ESCALA: UMA TENTATIVA DE CONTROLE, REGULAÇÃO, CAPTURA E PADRONIZAÇÃO DO COTIDIANO ESCOLAR
Resumo
O presente artigo tem por objetivo problematizar acerca das avaliações em larga escala e como estas avaliações tem se configurado no cotidiano escolar face à emergência e imposição de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que se constitui em um instrumento para padronização dos sistemas de ensino de todo país, incluindo neste contexto as redes públicas e particulares de ensino. Entre essas e outras problemáticas buscaremos também discorrer acerca dos aspectos históricos e temporais das avaliações externas no Brasil, bem como apresentar um panorama das características de cada uma dessas avaliações que formam o leque avaliativo do ensino e da aprendizagem nas escolas brasileiras em seus mais diversos níveis e contextos da educação básica. Procuraremos também explicitar e refletir a partir a evolução e a configuração do pensamento de uma Base Nacional Comum Curricular a partir de um olhar enviesado sob a ótica da legislação, da temporalidade, da espacialidade e dos interesses em disputa, analisando assim, os sujeitos e os atores envolvidos na criação da BNCC e suas imbricações no estabelecimento de avaliações em larga escala como método avaliativo e quantitativo, bem como das suas possibilidades e implicações no cotidiano das escolas de todo país. E por fim, teceremos as relações da Base Nacional Comum Curricular com as avaliações externas como forma de padronização educacional e obediência a padrões e expectativas do neoliberalismo e de suas mais diversas instituições cuja estrutura e objetivação sobre a qualidade e eficiência do ensino está baseada e fundamentada em pressupostos racionalistas, positivistas e empiristas.